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quarta-feira, 20 de junho de 2012

AS MENTIRAS DO RIO DE JANEIRO

Rio+20: muro em UPP é derrubado para prefeito de Nova York ver a Baía de Guanabara

A visita do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, à Unidade de Polícia Pacificadora do Chapéu-Mangueira/Babilônia, nesta terça-feira (19), fez com que a Prefeitura do Rio de Janeiro providenciasse, ontem, a derrubada de um muro em uma localidade conhecida como Rodinha, em um dos acessos às favelas da zona sul da cidade. O motivo? A autoridade americana irá ao local para ter uma visão panorâmica da Baía de Guanabara.
 
O improviso do Executivo carioca se deve ao fato de que os morros da Babilônia e do Chapéu-Mangueira foram transformados em verdadeiros canteiros de obras desde maio de 2011, quando se iniciou um projeto de reestruturação urbana nessas comunidades --cada qual projetada para ganhar um selo atribuído pela Caixa Econômica Federal a iniciativas sustentáveis.
 
Operários continuavam nesta manhã a realizar os últimos reparos antes da chegada da comitiva americana prevista para 13h de hoje. Em menos de 24 horas, a parte superior da ladeira Ari Barroso foi praticamente toda asfaltada, e os muros que exibiam pichações alusivas ao tráfico de drogas foram pintados.
 
Acima do portão de uma casa,  funcionários da Secretaria Municipal de Habitação correndo para retirar uma placa metálica que continha a inscrição "Ozama"  uma referência ao nome do ex-líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden.
 
Diariamente, das 8h às 18h, por exemplo, carros não podem subir a ladeira Ari Barroso --acesso que une as duas favelas-- em função do fluxo de caminhões, retroescavadeiras e outros equipamentos.
 
"Ele [Michael Bloomberg] vai ver tudo maquiado. Até porque ele não vai subir o suficiente para ver os problemas da favela". A frase é de um grafiteiro, identificado apenas como Tigo, que criava ilustrações, na manhã desta segunda-feira (18), nas paredes das casas situadas no pé da favela, local pelo qual a comitiva do prefeito de Nova York subirá o Chapéu-Mangueira e o Babilônia.
 
"Se eles tivessem a mesma pressa que mostraram nos últimos dias, essas obras já tinham terminado há muito tempo", opinou a agente ambiental Kely Cristina de Oliveira. Segundo o engenheiro da Secretaria Municipal de Habitação Maurício Tostes Vieira, responsável por coordenar mais de 300 operários, "nem tudo ficará pronto, mas o suficiente para mostrar o trabalho" para a comitiva do prefeito de Nova York.
 
"Sempre há uma pressão para terminar o mais rápido possível. Quanto mais rápido você conclui, menores são os transtornos", afirmou Vieira ao ser questionado se a Prefeitura do Rio fizera algum tipo de pressão para que os trabalhos fossem acelerados em face da visita de Bloomberg.
 
Na companhia do prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes, e protegido por um forte esquema de segurança, o prefeito de Nova York subirá ruas, becos e vielas até o ponto em que estão sendo construídas 117 casas ecológicas para o projeto "Morar Carioca Verde". As obras devem ser encerradas até o fim do ano --16 serão entregues já em outubro.
 
Lâmpadas de LED (Light Emitting Diode) nos postes, asfalto de borracha, madeiras de borracha, pavimentação granulada e outras iniciativas foram tomadas para dar às favelas uma aparência de sustentabilidade. As obras foram financiadas pela Caixa Econômica Federal, que investiu cerca de R$ 43 milhões.

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